O Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI) promoveu, de 25 a 27 de junho de 2019, o Décimo Terceiro Seminário de Metrologia Aeroespacial (XIII SEMETRA) no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). O evento é realizado bienalmente no intuito de estabelecer e manter um ambiente de integração com a comunidade científica, a indústria e as empresas do ramo metrológico.
A programação do evento foi composta de palestras e debates envolvendo órgãos públicos e privados, além de exposições de empresas da área de metrologia, que puderam demonstrar seus equipamentos e instrumentos voltados a diferentes grandezas, como massa, pressão e eletricidade.
A abertura do evento foi realizada pelo Senhor Marcos Aurélio Lima de Oliveira, do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO). O servidor afirmou que o ramo da metrologia no Brasil envolve cerca de 60 mil trabalhadores, movimentando cerca de 2 bilhões de reais por ano.
Ficou claro por sua exposição que o ramo da metrologia é fundamental para evitar barreiras técnicas à comercialização de produtos nacionais no exterior. No âmbito da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – no qual o Governo Federal pretende inserir o Brasil - o INMETRO já utiliza e aplica as normas deste órgão sobre “Práticas de Laboratório”, ressaltou o palestrante. Sendo assim, o INMETRO busca constante contato e colaboração com os organismos internacionais, fazendo parte de diversos foros da área pelo mundo.
Em seguida, foi realizada a apresentação institucional do IFI por seu Diretor, o Coronel Aviador José Renato de Araujo Costa, onde foi demonstrada a importância da metrologia para o Comando da Aeronáutica e o Ministério da Defesa, uma vez que a organização atua junto à Marinha do Brasil e ao Exército Brasileiro na calibração de seus instrumentos, garantindo confiabilidade e rastreabilidade ao setor metrológico aeroespacial no âmbito das três Forças.
O Coronel citou, também, a necessidade de manter o ramo metrológico aeroespacial dotado das práticas e equipamentos mais modernos disponíveis, citando a conectividade como ponto fundamental para o futuro da metrologia, alinhando-a ao conceito de Indústria 4.0.
No último dia do evento, 27 de junho, a explanação foi realizada pelo Presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), o Senhor Carlos Augusto Teixeira de Moura, que argumentou durante sua palestra que todos os países com expressiva extensão territorial, população e economia possuem um programa espacial forte – Estados Unidos, Rússia, China, Índia, além da União Europeia.
Sendo assim, há interesse estratégico em desenvolver soluções aeroespaciais autóctones, que podem ajudar no desenvolvimento das comunicações, na observação do território, na meteorologia e na geolocalização, o que significa milhares de equipamentos e instrumentos que necessitam de uma estrutura metrológica desenvolvida, em um mercado que, segundo ele, movimentará cerca de 1 trilhão de dólares em 2040.
O palestrante reiterou que o Brasil necessita de um Programa Espacial à altura das demandas da sociedade, em áreas como segurança, saúde, educação e inclusão digital. Em sua apresentação sobre o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, defendida pelo Governo Federal junto ao Congresso Nacional, apontou que não se trata de um acordo comercial, tampouco de transferência de tecnologia ou cessão do controle do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).
“Trata-se de um acordo assinado com os Estados Unidos firmando o compromisso mútuo de respeito à propriedade intelectual, no qual o Estado brasileiro continua responsável pelas atividades de lançamento. O sucesso do acordo tem o potencial de atração de usuários governamentais e privados, desencadeando investimentos em Alcântara e região”, afirmou.
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