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Entrada do Instituto de Fomento e Coordenação Industrial - IFI.

 

O ano de 2020 foi bastante atribulado. A pandemia de Covid-19 fez diminuir muito o ritmo das atividades econômicas em todos os setores, incluindo as Forças Armadas. Tendo em vista preservar a vida das pessoas, as autoridades municipais, estaduais e federais estipularam regras que restringiram as atividades laborais em todo o país, a fim de evitar a aglomeração de pessoas e a propagação mais rápida do temido coronavírus. O Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI), Organização Militar subordinada ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), também foi afetado por essas regras, tendo de adaptar o seu expediente e todas as suas atividades às novas condições de prevenção sanitária. 

Num primeiro momento, a jornada de trabalho foi reduzida pela metade, alternando-se, durante os dias da semana, grupos de funcionários que continuavam exercendo suas funções. Os grandes eventos com aglomeração de pessoas foram suspensos. Num segundo momento, acompanhando as diversas etapas de flexibilização estipuladas pelas autoridades brasileiras, o IFI retomou o expediente integral, porém, manteve a alternância de dias de trabalho para grupos diferentes de funcionários. As reuniões e todas as atividades que envolviam aglomeração de pessoas passaram a ser realizadas dentro dos mais rígidos protocolos de segurança, em obediência às regras vigentes no estado de São Paulo e no Brasil como um todo. Desde o começo da pandemia, as pessoas do grupo de risco têm cumprido expediente em casa.

A despeito do impacto causado por essas medidas restritivas, a produção do IFI não foi interrompida. Adaptados às circunstâncias, os membros do Instituto continuaram a realizar seu trabalho, promovendo auditorias, cursos, inspeções, videoconferências e workshops, bem como celebrando acordos, organizando campanhas de relações públicas, recebendo visitas, acompanhando processos de offset e fomentando empresas, entre outras ações. Inúmeras, portanto, foram as realizações em 2020. Para se ter uma visão geral dessas realizações, a Assessoria de Comunicação Social do IFI conversou com o Diretor do Instituto, Coronel Aviador Luciano Barbosa Magalhães, e com o Vice-Diretor do Instituto, Cel Av Luiz Marcelo Terdulino De Brito. Nessa conversa, foram destacadas algumas das principais ações das Divisões do IFI, assim como foram sublinhados alguns trabalhos importantes das Assessorias, das Coordenadorias e dos diversos setores de apoio do Instituto. Também foram tecidos alguns breves comentários sobre as obras de infraestrutura realizadas neste ano.

A Divisão de Certificação de Produto Aeroespacial (CPA), assim como todo o IFI, também foi afetada pela pandemia de Covid-19; isso, porém, não impediu a realização de diversos trabalhos ao longo do ano. Destacam-se a resolução do problema de sistema de navegação do F-5, em ação conjunta com a Embraer, o desenvolvimento de diversos processos de certificação, entre eles o do Gripen, e a emissão de Permissão Especial de Voo Inicial (PEVi) para o KC-390.

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Assinatura da PEVi 2 do KC-390.

 

“A CPA trabalhou na finalização da PEVi 2 e está finalizando agora a PEVi 3 do KC-390, principal projeto da Força Aérea Brasileira (FAB) e da maior empresa brasileira de aeronáutica, Embraer, em termos de recursos para a sociedade”, explicou o Diretor do IFI. “Estamos finalizando o que nos comprometemos a fazer, ou seja, a emissão da PEVi 3. A gente vai conseguir cumprir o que prometeu até o final do ano. Além disso, houve vários outros processos relevantes da CPA ao longo de 2020 que merecem destaque. Estão em andamento, por exemplo, os processos de certificação do Gripen. O processo do E-99 também: houve a entrega de uma aeronave, o primeiro E-99 modernizado. No começo do ano, houve a resolução do problema do sistema de navegação do F-5. O pessoal da CPA trabalhou exaustivamente e conseguiu, junto com a Embraer, identificar a dificuldade e achar uma solução, o que permitiu o retorno do voo do F-5 em sua plenitude operacional”, completou o Diretor.

A Divisão de Certificação de Sistemas de Gestão (CSG) sentiu o impacto da Covid-19 principalmente no primeiro semestre, quando muitos trabalhos de auditoria foram interrompidos, quer por precaução por parte do próprio IFI, quer por iniciativa das empresas, receosas de receber pessoas em suas instalações físicas. A partir do segundo semestre, no entanto, as atividades foram paulatinamente sendo retomadas. Vários cursos passaram a ser ministrados, com turmas reduzidas, obedecendo aos protocolos sanitários, assim como as auditorias voltaram a ser feitas, entre elas uma na empresa SAAB, na Suécia, na esteira das ações relativas ao Gripen.

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Auditoria nas instalações da SAAB em Linköping, Suécia.

 

“No primeiro semestre a CSG sofreu bastante o impacto da Covid-19. A partir do segundo semestre, porém, a gente foi aos poucos conseguindo fazer as auditorias e os cursos da parte de qualidade, de auditores etc. O pessoal agora no final do ano está ‘disparado’, fazendo inúmeras auditorias para conseguir recuperar ou mitigar os problemas que aconteceram por conta da pandemia. Recentemente um pessoal da CSG foi para a Suécia fazer auditoria na SAAB. Então tivemos bons resultados do trabalho da CSG”, disse o Cel Magalhães.

A Divisão de Confiabilidade Metrológica Aeroespacial (CMA), pela natureza de suas atividades laboratoriais, sofreu um impacto relativamente grande da pandemia de Covid-19, já que teve de restringir a quantidade de pessoas trabalhando nos laboratórios para evitar contaminações. Independentemente disso, porém, a equipe responsável esteve comprometida com o trabalho, e as metas da Diagonal de Calibração previstas para 2020 foram todas alcançadas e até mesmo superadas. Ademais, a CMA conseguiu realizar atividades a distância, entre elas auditorias e o XII Workshop de Metrologia no âmbito do Sistema de Metrologia Aeroespacial (SISMETRA), que este ano teve a particularidade de ser realizado de forma totalmente remota, por meio do aplicativo Webex/Cisco. Por fim, destacou-se o Projeto de Rastreabilidade Remota via GPS (RRVG), elevado a projeto setorial do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).

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XII Workshop de Metrologia no âmbito do Sistema de Metrologia Aeroespacial (SISMETRA).

 

“A CMA enfrentou um problema maior porque o trabalho dela é realizado em laboratório, um trabalho de calibração, de metrologia”, observou o Diretor do Instituto. “O laboratório é fechado, tem o ar-condicionado... Você acaba tendo de restringir a quantidade de pessoas, o acesso, para que não haja contaminação. Criou-se uma escala para trabalhar ali durante o dia inteiro. Mesmo no começo da crise, no meio expediente, o pessoal ficava o dia inteiro aqui, pois tem calibração que demora mais do que meio expediente. Eles trabalharam muito e conseguiram fazer além daquilo que estava previsto. Não só reverteram a situação do primeiro semestre, mas também fizeram mais do que estava estipulado dentro da Diagonal de Calibração. A CMA conseguiu ainda desenvolver um sistema de auditoria a distância. Foi a primeira vez que isso foi feito. Vale ainda destacar o projeto do RRVG, que era um projeto orgânico do IFI e foi elevado a projeto setorial do DCTA. É um projeto que vai beneficiar o SISMETRA. Trata-se de um trabalho na parte de padrão, de calibração, com tempo, com precisão, envolvendo a utilização do relógio atômico. Hoje a gente tem o problema de deslocar nosso relógio atômico para fazer a calibração. Com esse projeto, será possível fazer a calibração in loco, utilizando a rede de GPS (Global Positioning System).”

A Divisão de Desenvolvimento Industrial (CDI), cujo trabalho implica contato direto com empresas, enfrentou problema semelhante ao da CSG em relação à pandemia de Covid-19, sobretudo no primeiro semestre, já que as empresas não estavam permitindo visitas às suas instalações físicas. Apesar disso, muita coisa foi feita pela Divisão. Reuniões virtuais foram marcadas com as empresas para a divulgação do trabalho de fomento do IFI em relação à redução fiscal de ICMS dirigida ao setor aeroespacial, um mapeamento de processos foi feito para otimizar o trabalho de cadastramento de empresas candidatas à redução fiscal de ICMS, um software – Sistema Integrado de Fomento da Indústria Aeroespacial (SIFIAer) – foi idealizado e está em desenvolvimento para melhorar a interface com as empresas e muitos processos de offset – FX-2, KC-390, HX-BR – foram acompanhados.

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Visita técnica do IFI à empresa SAAB Aeronáutica Montagens (SAM) para acompanhamento do Acordo de Offset do F-X2.

 

“A CDI reuniu-se por videoconferência com várias indústrias para divulgar o trabalho de fomento do IFI em relação à redução fiscal do ICMS. Esse incentivo fiscal é importante porque ajuda a manter a qualidade e a competitividade das empresas, além de contribuir para a manutenção dos empregos. A CDI trabalhou muito nessa área, mas de uma maneira otimizada, pois foi feito um mapeamento de processos que identificou gargalos e conseguiu reescrever procedimentos de maneira a reduzir pela metade a utilização de homem-hora e do tempo para se fazer as análises. Ainda nessa questão de interação com as empresas, está sendo desenvolvido no IFI um software (SIFIAer), a um custo muito baixo, para facilitar a interface com o setor aeroespacial. Com esse software, conseguiremos que tudo seja feito online. Haverá um ganho de agilidade na atualização das informações das empresas. Isso é muito bom, porque se você tem a informação atualizada da empresa, na oportunidade de um offset é fácil saber se ela pode participar do processo. Fica mais fácil saber a quem endereçar determinado offset. Aliás, quanto aos offsets, neste ano muitos trabalhos de acompanhamento foram realizados: Gripen, KC-390, HX-BR...”, resumiu o Cel Av Magalhães.

A Divisão Administrativa (CAD), a despeito do impacto da Covid-19, executou seu trabalho de empenho de recursos e de assessoria à Direção, atuando em conjunto com as demais Divisões para o emprego correto dos recursos públicos. “O trabalho da CAD”, lembrou o Diretor do IFI, “empenhando corretamente os recursos e assessorando a gente, numa atuação a várias mãos com as diversas Divisões para o uso adequado do dinheiro público, foi bastante efetivo. A CAD empenhou corretamente os recursos, com agilidade, sem precisar devolver praticamente nada. Tivemos uma taxa de execução de cerca de 98%, o que é fantástico, sobretudo num ano tão conturbado.”

Assessorias, Coordenadorias e trabalho de apoio em geral. O importantíssimo trabalho de todas as assessorias e de todas as coordenadorias, bem como de todos os setores de apoio do Instituto, foi mencionado com louvor, quer pelo Diretor, quer pelo Vice-Diretor. Mesmo diante das dificuldades decorrentes da pandemia de Covid-19, o efetivo dessas áreas de apoio realizou atividades de extrema importância para o Instituto, algumas das quais destacamos, a título de exemplo, nesta retrospectiva.

A área de Segurança do Trabalho empenhou-se na elaboração de um documento, o Plano de Gestão de Logística Sustentável, que elevou o IFI – nesse campo – ao patamar dos países de primeiro mundo. Com orientações sobre redução de consumo de energia elétrica e redução de produção de lixo, o documento visa à implementação de medidas que trazem ganhos ambientais e econômicos ao Instituto. Além disso, o setor obteve equipamentos para a checagem de iluminação das salas e adquiriu placas para a sinalização da segurança das pessoas, entre outras aquisições.

“A área de Segurança do Trabalho elaborou um documento que eleva o IFI ao patamar dos países do primeiro mundo na área de logística sustentável. Esse documento fala de redução de consumo de energia elétrica, de redução de produção de lixo, de reciclagem. O setor ainda conseguiu fazer a aquisição de equipamentos para checar a parte de iluminação, de ruído. Foram obtidas novas placas de sinalização de segurança de pessoas. Foi trabalhado ainda um sistema de readequação do nosso sistema de prevenção de incêndio”, sublinhou o Diretor do IFI. E o Vice-Diretor complementou: “Praticamente tudo o que estava planejado no setor foi executado.”

A área de Relações Institucionais conseguiu obter resultados significativos neste ano atribulado, viabilizando o estabelecimento de acordos de parceria com o Observatório Nacional, o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). “Os acordos com Inmetro e INPE já foram assinados; o do Observatório Nacional, porém, ainda aguarda assinatura. Essas parcerias vão trazer inúmeros frutos para o IFI”, frisou o Diretor do Instituto.

A área de Gestão do Conhecimento conseguiu, ao longo do ano, montar o currículo de um curso no campo da certificação aeroespacial a ser ministrado em parceria com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). “Trata-se de um curso para formar tanto o pessoal nosso como para a indústria aí fora. A indústria precisa dessa qualidade, precisa desse conhecimento de certificação aeroespacial”, observou o Cel Av Magalhães.

A área de Comunicação Social, apesar da interrupção de grandes eventos ocorrida neste ano, conseguiu desenvolver um trabalho de divulgação do Instituto, através de matérias jornalísticas e pela celebração, dentro dos protocolos de segurança sanitária, do aniversário de 49 anos do IFI.

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49º Aniversário do IFI.

 

A área de Planejamento, que sofreu uma mudança de metodologia nos últimos tempos, viu esse novo método ser implantado com sucesso em 2020. “Ficou muito mais detalhada, muito mais transparente, muito mais trabalhosa, porém eficiente, essa metodologia”, lembrou o Cel Av De Brito. “Eu diria que a gente conseguiu atingir todas as metas de uma forma brilhante, com o pessoal trabalhando inclusive de final de semana, fora do expediente, para conseguir se adaptar à nova realidade em termos de planejamento.”

A área de Recursos Humanos (RH), além de suas atribuições normais e cotidianas, teve ainda de lidar diretamente com o impacto da pandemia no Instituto. “O pessoal do RH”, destacou o Vice-Diretor, teve também de lidar com o controle do efetivo, preocupando-se com as baixas e com os revezamentos causados pela Covid-19.”

A área de Tecnologia da Informação (TI), por fim, trabalhou muito durante este ano, já que teve de apoiar todo o Instituto nas questões de videoconferências, acessos remotos a reuniões virtuais e disponibilização de computadores para as atividades de home office. “O setor de TI foi fundamental. Eu diria que se a gente não tivesse o time de TI que a gente tem, que é um time comprometido, entrosado, altamente técnico e capacitado, não teriam sido dadas condições para todas as tarefas técnicas das Divisões”, lembrou o Cel Av De Brito.

Obras de infraestrutura. Algumas das realizações do ano de 2020 foram materializadas em obras de infraestrutura que melhoraram as dependências do Instituto, beneficiando a todos.

Na entrada principal, foram instaladas portas automáticas, bem como se implementou um sistema de catraca por reconhecimento facial. Essas melhorias destinaram-se, entre outras coisas, a combater as possibilidades de contaminação pelo coronavírus, visto que diminuíram a necessidade de contato físico com objetos.

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Controle de Acesso com Reconhecimento Facial.

 

Nos fundos do prédio da CMA foi concluída, depois de uma espera de mais de uma década, a Alameda SISMETRA, estrada que viabiliza o acesso seguro de caminhões carregados com equipamentos a serem calibrados.

Foi feita toda uma readequação no sistema de iluminação do IFI, resolvendo os problemas de segurança no trânsito de pessoas no fim da tarde e à noite.

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Nova iluminação no Pátio do IFI.

 

Ainda está em andamento, e prestes a ser concluída, uma reforma nos laboratórios de ensaios não destrutivos do IFI, localizados nas proximidades do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). Havia no local problemas de piso, forro, iluminação, controle de acesso e adequação da estrutura dos laboratórios, problemas esses que já estão em vias de ser solucionados.

Banheiros foram reformados, na CPA e na guarita em que os soldados tiram serviço. Medidas contra enchentes foram tomadas. Equipamentos foram adquiridos – aparelhos de ar-condicionado e computadores – que beneficiaram todo o Instituto.

Balanço do ano de 2020. De um modo geral, apesar das dificuldades relacionadas à pandemia de Covid-19, o ano de 2020 teve um balanço altamente positivo. As metas foram atingidas e, em alguns casos, até mesmo superadas. Todos os funcionários empenharam-se arduamente na execução das atividades, conseguindo alcançar objetivos institucionais em um período de atribulações.

“Só tenho a agradecer a todo o efetivo do IFI. O trabalho realizado foi excelente, superando todas as expectativas. Nem mesmo um ano tão complicado como este foi capaz de impedir a plena realização de nossas metas e planejamento. Todos os funcionários do Instituto estão de parabéns pelo desempenho alcançado em 2020”, finalizou o Diretor.      

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